terça-feira, 22 de dezembro de 2009

BOM NATAL

EM ESPECIAL À SARA, CARLOS E FRANCISCO











segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Homem e o líder, Biografia não autorizada de José Sócrates


“ A biografia política de José Sócrates não tem como referencia outros trabalhos biográficos, mais convencionais e institucionais. Nem o meu estilo o concede, nem tão pouco a vida e a carreira do biografado o permitem tal é o grau de opacidade de alguns dos seus aspectos.”
Esta nota do autor define o estilo do livro

Tenho algumas dúvidas de que possamos falar de uma biografia seja ela convencional, institucional ou de outro género.
O livro, mais do que uma biografia, procura fazer um relato do seu percurso político. Penso que é neste sentido que deve ser entendido.
Enquanto relato de factos é notória a intenção do autor de, ao longo do livro, ir apresentando elementos concretos que sustentem as suas tomadas de posição e as ilações que vai tirando da actuação do biografado.
Não podemos também deixar de salientar que o autor, embora reconhecendo capacidade e talento politico a José Sócrates – nem sempre no melhor sentido -, não mostra por este grande simpatia. Um passado demasiado presente no relacionamento dos dois que o autor não esconde e deixa claro.
Podemos dizer que o autor passou da fase acreditar/ilusão para a desilusão e uma profunda desconfiança sobre a pessoa e político.
Como biografia não recomendo. É como relato de um percurso político que deve ser lido.

José Sócrates, O Homem e o líder, Rui Costa Pinto, Exclusivo edições.

Não: tenho nenhuma afinidade política com o Eng. José Sócrates. Não tenho por ele, com a devida distância de quem não o conhece pessoalmente, nenhuma simpatia pessoal. Ao ler o livro pensei, obviamente em José Sócrates, Primeiro Ministro do meu país, mas também em todos os políticos a quem o livro poderia ser “dedicado”. Não é apenas o relato do percurso político de um indivíduo. É o de muitos políticos da sua geração e infelizmente de outras mais recentes.

Justiça à Portuguesa, O retrato incómodo de um sistema que não inspira confiança


Confesso, que não foi com grande entusiasmo que parti para a leitura deste livro. Tinha receio de encontrar uma lista de queixume, vitimização e muito sectarismo à mistura.
Acabou no entanto, por ser uma agradável surpresa.
Os diversos depoimentos recolhidos chamam atenção para as dificuldades, deficiências, ambiguidades e interesses do mundo da justiça.
Encontramos perspectivas contraditórias? Claro. Eu diria que algumas são contraditórias mas de forma mitigada.
A perspectiva de advogados, políticos, juízes, procuradores, jornalistas, arguidos no fundo não é assim tão diferente.
O que mais impressiona na leitura deste livro é o sentimento de impotência, insatisfação e descrença. Mesmo que se encontre nos testemunhos alguma réstia de esperança e optimismo, sente-se um enorme cansaço e frustração pelo estado da nossa justiça
Temos uma justiça que não queremos, e acima de tudo uma justiça que não merecemos.
Os interesses que gravitam em torno na justiça, que vão dos mais poderosos aos mais paroquiais e comezinhos provocam a paralisia e entorpecimento do sistema.
O livro é uma amostra muito interessante do que é a realidade da nossa justiça e principalmente da forma como ela, ou a sua falta, é sentida.

Justiça à Portuguesa, O retrato incómodo de um sistema que não inspira confiança, de Fernando Contumélias e Mário Contumélias, publicações Dom Quixote.

Dança dos demónios-Intolerância em Portugal


O livro trata do anti-semitismo, anti-islamismo, anti-clericalismo, anti-jesuitismo, anti- maçonismo, anti-feminismo, anti-liberalismo, anticomunismo, anti-americanismo.
Não li todos os ismos que o livro apresenta. Comecei pelo anti-maçonismo. O autor do texto é o historiador Rui Ramos.
Confesso que tinha a expectativa que o artigo tratasse, de forma mais acentuada, do surgimento e desenvolvimento das instituições maçónicas em Portugal mas numa perspectiva mais actual. Não é bem este o sentido do texto.
O autor procura, em cerca de 100 páginas, dar uma perspectiva histórica do desenvolvimento das instituições maçónicas, não só em Portugal mas, no contexto europeu.
Um dos aspectos mais interessantes do texto é verificar que, apesar das instituições maçónicas rejeitarem a sua participação “institucional” em determinados eventos da história a verdade é que elas “estiveram” lá.
Esta afirmação não é um juízo negativo. O texto demonstra que muitos dos acontecimentos históricos tiveram a participação da maçonaria, das suas estruturas ou dos seus membros.
Em muitos casos porque era a única instituição que tinha uma estrutura organizada e cujos membros eram, na sua maioria, cidadãos influentes que se encontravam espalhados pelas mais diversas estruturas do estado e em profissões importantes.
A instituição maçónica é apresentada, na sua criação, como um espaço de liberdade, fraternidade, entreajuda, de defesa de valores humanistas.
Se por um lado não à razão para não acreditar nesta versão por outro, podemos dizer que “rapidamente desceram à terra” e começaram a interessar-se por assuntos mais mundanos.
Num mundo em que os valores têm vindo, gradualmente, a perder importância não seria de esperar que assim não fosse.
A leitura seguinte é o anti-liberalismo.
Dança dos demónios, Intolerância em Portugal, Coordenação José Marujo e José Eduardo Franco, editora temas e debates e círculo de leitores.
Adenda: Um dos entrevistados no livro Justiça à Portuguesa é Nuno Nazareth Fernandes um assumido maçon.
“Pergunta: A maçonaria, parece secreta ou discreta?
Resposta: Mais do que discreta, está um pouco devassa. Os princípios das organizações são bons mas depois os homens às vezes estragam-nos.
Pergunta: A maçonaria não se tornou num centro de passagem obrigatória para quem está no poder? E, por outro lado, não procura gente que está no poder, no sentido de estender ainda mais o seu braço?
Resposta: Sim, mas isso é uma deturpação da maçonaria. Penso que a maçonaria, entendida nos seus ideais, só pode ser útil. Mas feita por boa gente que não está à procura de influências, de agências de empregos etc.”
No fundo é nesta encruzilhada que se encontram muitas das nossas instituições.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Revista ler



Menos animada que a anterior. A caminho do final de ano já em balanço.

O resumo pode ser lido aqui